Etapas da vida dos gatos

Os primeiros seis meses de vida dos gatos são o equivalente aproximadamente aos 10 anos de vida de um ser humano.

Nas primeiras horas de vida é importante que os gatinhos bebam o colostro da mãe que além de conter aproximadamente o dobro da concentração de proteínas, comparativamente ao leite materno, permite a absorção de imunoglobulinas e consequentemente o fortalecimento do sistema imunitário.

Por norma durante o primeiro mês, os gatinhos tendem a ser alimentados exclusivamente por leite materno e passado sensivelmente quatro semanas é iniciado o período de transição entre o desmame do leite da sua progenitora e a inclusão de alimentos húmidos ou humedecidos.

A nível comportamental durante as primeiras semanas os gatinhos são indefesos e dependem totalmente da mãe e dos tutores para cuidados e proteção. Porém, à medida que crescem assumem um caráter exploratório, munidos de muita energia, pelo que convém acautelar certas zonas da casa com objetos que os possam colocar em perigo ou que possam ser danificados.

Tenha em atenção que após as primeiras semanas os anticorpos que os gatinhos receberam da mãe começam a diminuir, pelo que se torna imperativo falar com o seu médico veterinário a respeito do plano de vacinação.  A primeira vacina dos gatinhos caracteriza-se por ser trivalente, já que oferece proteção contra o vírus da panleucopénia felina (FPV), herpesvírus felino (FHV) e calicivírus felino (FCV).

Algumas das doenças infeciosas mais comuns nesta fase são a rinotraqueíte felina, leucemia felina (FeLV) e imunodeficiência felina (FIV).

E recomendável que as gatas sejam esterilizadas antes do primeiro cio para reduzir o risco de doenças que afetam os órgãos reprodutivos, incluindo cancro de mama e do útero, quistos nos ovários, piómetra, etc.

No caso dos machos, problemas comportamentais relacionados com questões hormonais são reduzidos com a castração precoce. No geral, os gatos castrados tornam-se mais calmos e afetuosos, uma vez que deixam de estar expostos ao stress de ficarem confinados quando sentem necessidade de se reproduzirem.

Esta fase de vida do seu gato inicia-se aproximadamente a partir dos 7 meses e decorre até aos 2 anos de idade, o que que comparativamente aos seres humanos corresponde mais ou menos ao período entre os 11 e os 27 anos. 

Aos sete meses considera-se que o gato é praticamente um adulto e sexualmente maduro, principalmente em raças precoces de pelo curto como no caso dos europeus comuns. Devido à sua pouca idade, os gatos são energéticos, brincalhões e inquietos. Sem esterilização, o sistema hormonal poderá afetar o seu comportamento e os gatos exibirão sinais de ciúmes com miados estridentes, brigas, tentativas de fuga e marcações de território.

Muitos dos problemas de saúde ocorridos nesta esta etapa devem-se a doenças infeciosas, sobretudo em gatos machos que muitas vezes fogem de casa e entram em contato ou em conflito com gatos vadios, ou intoxicações por ingestão de substâncias tóxicas.

 A fuga habitual do lar, deve-se frequentemente ao excesso de energia, o que poderá aumentar o risco de ferimentos e até mesmo de atropelamentos. Desta forma torna-se recomendável que os seus tutores envolvam os seus gatos em atividades físicas, jogos lúdicos e disponibilizem brinquedos próprios para gatos. Também é uma fase para se impor alguma disciplina e estabelecer rotinas.

A nível de alimentação, a dieta deverá ser rica em proteínas e é feita a transição para a ração adulta. No entanto, durante as consultas na Clínica Veterinária AlcabidecheVet receberá o aconselhamento nutricional necessário.

O período entre os três e os seis anos de idade dos gatos corresponde sensivelmente ao intervalo entre os 30 e os 45 anos dos seres humano.

Os gatos nesta idade já têm hábitos enraizados, fruto da sua personalidade bem consolidada. Portanto, no caso de não terem experienciado uma boa socialização nas fases anteriores, é possível que tenham nesta fase dificuldade em criar hábitos de rotina e lidar com a disciplina. Contudo, poderá sempre solicitar apoio junto de um profissional, sobretudo se tiver adotado um gato nesta faixa etária.

Caso não tenham sido vacinados as doenças infeciosas poderão ser muito frequentes, colocando muitas vezes em risco a vida do gato. Também são habituais problemas digestivos como doenças inflamatórias intestinais, hipersensibilidade alimentar e doenças dentárias, como periodontite ou gengivo-estomatite crónica felina.

Essa fase corresponde à idade entre os 45 e os 60 anos de um ser humano.

Nesta altura os gatos tendem a desacelerar e a apresentar níveis de energia mais reduzidos e a desfrutar de períodos de descanso maiores. Precisamente por este motivo, é recomendável reajustar a dieta do seu gato de forma a evitar aumentos de peso, ou até mesmo obesidade.

A visita ao veterinário torna-se fundamental nesta etapa, uma vez que durante a transição entre a fase madura e a fase em que se tornam idosos, passam a ser frequentes doenças como hipertireoidismo, diabetes, tensão alta e doença renal.

É também recomendável uma dieta rica em vitamina C e E de forma a fortalecer o sistema imunitário.

O intervalo de idades entre os 11 e os 14 anos de um gato equivale ao período entre os 60 a 75 anos de uma pessoa. Nesta fase os gatos começam a apresentar declínio cognitivo e mudanças comportamentais decorrentes do envelhecimento.

Existe um maior risco para o surgimento de condições crónicas, como doença renal, doença do trato urinário inferior felino, diabetes mellitus, neoplasias, hepatites e agravamento do hipertireoidismo.

O hipertiroidismo felino é a patologia endócrina mais comum em gatos com idade avançada, os sintomas mais frequentes são o aumento do consumo de água, aumento do apetite e da quantidade de comida ingerida, perda de peso, vómitos e maior agitação.

Também os tumores passam a ser mais frequentes nestas idades, o que poderá comprometer substancialmente a qualidade e o tempo de vida, principalmente se não forem detetados a tempo.

De forma a acautelar a saúde e a qualidade de vida do seu gato, os check-ups veterinários tornam-se imprescindíveis, assim como uma especial atenção aos sintomas e sinais que o seu animal possa vir a manifestar.

Um gato com 15 anos equipara-se a um ser humano na faixa dos 80 anos. Nestas idades, as doenças ósseas e articulares, como osteoartrite são frequentes, pelo que trepar grandes alturas, deixa de ser habitual.

É uma fase em que os gatos passam mais tempo em repouso e tornam-se quase inativos.

Doenças como a demência senil, miar durante a noite e problemas comportamentais como urinar e defecar fora da caixa de areia passam a ser frequentes.

Os exames veterinários devem ser realizados de forma regular, especialmente se os gatos tiverem patologias e a alimentação deve ser adaptada às novas exigências da fase geriátrica. Saiba mais sobre a importância dos check-up's geriátricos aqui.